O sonho de Elisa era voar. Seu quarto ficava no segundo andar da antiga casa, e sua janela ficava no meio do telhado. Ela punha-se pra fora subindo em uma cadeira e escalava as telhas até ficar lá no alto. Sentia o vento levantar seus cabelos e cheirava a humidade que vinha dos campos, tão distantes de seu pequeno bairro.
Depois, cuidadosamente, descia de volta ao quarto pra fazer a lição de casa. A mãe a chamava para o almoço pontualmente ao meio dia, e antes de descer ela ainda olhava humildemente para o céu, estreitando os olhos para ver nuvens mais distantes.
Depois da escola, deprimente e entediante, Elisa voltava pra casa olhando pro céu. Invejava os passarinhos e queria ser-lhes amiga, até aprendera a imitar seus cantos pra atraí-los. Quando achava um filhote, acariciava sua penugem macia imaginando como seria possuir grandes asas, brancas e macias como espuma do mar. Devolvendo o filhote ao ninho, ela seguia seu caminho habitual.
À noite, à mesa com seus pais, a voz grave e inquestionável do pai se dirigiu a ela.
- Elisa, pare de trepar no telhado igual um macaco. Você é uma garota, já é hora de aprender o seu lugar. Além do mais é perigoso e...
- Mas papai! É meu lugar favorito! Não é nada perigoso!
Seus irmãos e mãe a olharam chocados. Elisa nunca lhes respondia, e o pai jamais era questionado.
- Elisa, não falarei de novo.
- Você não pode me impedir!
Os grandes olhos castanhos, cheios d'água num instante, olharam pra ele cheios de fúria. Antes que ele respondesse, ela saltou da mesa e todos observaram seus calcanhares desaparecerem no alto da escada.
Aspirando o ar frio da noite, ela subiu ao telhado, rezando às estrelas, pedindo com todas as forças: Deus, dê-me um par de asas! Não lhe peço mais nada, apenas um par de asas! E recitando isso, andou até o ponto mais alto, observando os jardins do vizinho à sua frente, tão bem cuidados. De repente, algo aconteceu.
Um vento diferente encheu seu coração de leveza e seus pés não mais tocavam o chão. De seus olhos saltou uma lágrima de alegria e um sorriso se abria enquanto seu milagre a levava cada vez mais alto.
Na manhã seguinte, uma grande pena branca repousava na janela da menina. Seu sonho ganhara asas.
Depois, cuidadosamente, descia de volta ao quarto pra fazer a lição de casa. A mãe a chamava para o almoço pontualmente ao meio dia, e antes de descer ela ainda olhava humildemente para o céu, estreitando os olhos para ver nuvens mais distantes.
Depois da escola, deprimente e entediante, Elisa voltava pra casa olhando pro céu. Invejava os passarinhos e queria ser-lhes amiga, até aprendera a imitar seus cantos pra atraí-los. Quando achava um filhote, acariciava sua penugem macia imaginando como seria possuir grandes asas, brancas e macias como espuma do mar. Devolvendo o filhote ao ninho, ela seguia seu caminho habitual.
À noite, à mesa com seus pais, a voz grave e inquestionável do pai se dirigiu a ela.
- Elisa, pare de trepar no telhado igual um macaco. Você é uma garota, já é hora de aprender o seu lugar. Além do mais é perigoso e...
- Mas papai! É meu lugar favorito! Não é nada perigoso!
Seus irmãos e mãe a olharam chocados. Elisa nunca lhes respondia, e o pai jamais era questionado.
- Elisa, não falarei de novo.
- Você não pode me impedir!
Os grandes olhos castanhos, cheios d'água num instante, olharam pra ele cheios de fúria. Antes que ele respondesse, ela saltou da mesa e todos observaram seus calcanhares desaparecerem no alto da escada.
Aspirando o ar frio da noite, ela subiu ao telhado, rezando às estrelas, pedindo com todas as forças: Deus, dê-me um par de asas! Não lhe peço mais nada, apenas um par de asas! E recitando isso, andou até o ponto mais alto, observando os jardins do vizinho à sua frente, tão bem cuidados. De repente, algo aconteceu.
Um vento diferente encheu seu coração de leveza e seus pés não mais tocavam o chão. De seus olhos saltou uma lágrima de alegria e um sorriso se abria enquanto seu milagre a levava cada vez mais alto.
Na manhã seguinte, uma grande pena branca repousava na janela da menina. Seu sonho ganhara asas.
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