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Mostrando postagens de outubro 19, 2013

Eterno

Ela caminhou até o outro lado do quarto e se jogou no divã, estendendo as pernas e cruzando os tornozelos, os braços pendendo em cada lado do móvel. Suspirou muito alto, e virou-se de costas para mim. - Jéssica, - disse eu - eu estava falando. - Não me importo, há momentos em que o som da sua voz me cansa. Ofendido e um pouco magoado, fechei a boca ainda aberta para retrucar, mas que parara assim por pura surpresa. Alisei o linho das coxas da minha calça e, olhando em volta sem saber o que fazer, decidi sair do quarto para a varanda. Os móveis escuros e os muitos objetos pessoais espalhados ali não me deram resposta sobre como reagir. Trouxe comigo um copo de uísque, mesmo que fossem apenas nove da manhã. Deixei-o no balaústre de pedra, vitoriano e caríssimo, enquanto acendia um cigarro. Enquanto sentia a fumaça circular dentro de mim, senti-me relaxar os músculos das costas, ainda tensos. Realmente, não fazia sentido ficar chateado. Aquela era uma reação muito típica de Jesse. Vi