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Mostrando postagens de junho 8, 2009

Prisão

Se olharmos por um lado ao mesmo tempo lúdico e ao mesmo tempo realista, veremos que cada um nasce carregando suas próprias barras de ferro. Vemos o sol nascer e se pôr, todos os dias, por trás de grades de carne e sangue. Nosso espírito, que diz-se livre e imortal, não passa de um infeliz prisioneiro do nosso destino genético. Nossa prisão, corpórea e frágil prisão, não passa da mesma prisão de nossos pais. Seria ter filhos, uma vingança disfarçada? Pois filhos são cópias, na personalidade e aparência, não passam de falsas projeções do passado. Assim como eu, que achava ter visto pela última vez o rosto de meu pai através de um grosso vidro de caixão... Ah, como eu me enganei esse tempo todo! Observando-me assombrada, diante de um espelho sujo, vi ele ressurgir através do meu rosto. Tanto medo, tantas lembranças me vieram, que evito ver meu reflexo com frequência. Fujo, não somente do fantasma que carrego em mim mesma, mas dessa aparência totalmente contrária ao meu imaginário de mim