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Mostrando postagens de fevereiro 2, 2009

O Menino

O garotinho vivia naquela casa desde que nascera, com seu mentor e padrinho, Gerard. Pierre era seu nome. Toda a aristocracia francesa se apiedara daquela linda criança - quem não se apiedaria? - quando seus pais, pouco depois de seu nascimento, morreram assassinados, misteriosamente, num vagão de trem. A casa era velha, pequena e assustadora. Seus diminutos jardins, em frente e nos fundos, eram mal cuidados e isso dava um ar de abandono à residência. A tinta descascava e embolorava, e o que um dia fora um bonito cinza de céu nublado, hoje era apenas um bocado de manchas esverdeadas de limo e musgo. No segundo andar, havia apenas uma grande e única janela de vidro, onde ficava o quarto do pequeno Pierre. Todos os dias ali ele colocava seus redondos olhos, de um azul tempestade. Seu cabelo em tons de loiro e ruivo cobria-lhe a alvíssima cabeça em cachos caprichosos. Pierre não tinha amigos, nem parentes, e não conhecia nada muito além daquela casa e da biblioteca, que ficava a poucos