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Mostrando postagens de junho 4, 2017

Como um meteorito

Pedi companhia à noite para que minha solidão não fosse aparente, e logo ela me cobriu com um manto negro de estrelas. Quando saí de casa, a lua já estava no céu, como um rosto a me observar lá de cima. Aumentei o som nos meus fones de ouvido até que as batidas ficassem quase  ensurdecedoras e obscurecessem os suspiros de outros como eu que estavam escondidos pelos cantos da cidade. Escondi uma adaga na bota e ajustei o vestido sob a manta da noite. Poucos passos e a situação que eu queria me foi oferecida. Uma porta de um bar bem iluminado que cheirava a carvalho abriu-se derramando luz dourada na calçada e um homem mal vestido foi jogado para fora. - E não volte mais! Está me ouvindo? O cabelo castanho do rapaz refletia de modo muito bonito a luz dourada, e seus olhos faiscaram na minha direção. Ele pareceu embaraçado por um segundo, antes de me oferecer o sorriso mais delicioso que eu já tinha visto e me estender a mão. - A senhorita, ao contrário, está muito convidada a entrar.