Alguns diriam que ele pediu por aquela situação. Vagando pelos corredores escuros, o que mais podia querer? Foi quando algo chamou sua atenção dentro de um dos quartos. Ele levantou seu lampião, tentando ver melhor, mas só encontrou a parede de pedra de mais uma cela. Adentrando o quarto, ele acendeu as poucas velas que ali existiam e olhou em volta. Aquele era um quarto vazio, mas pequenos detalhes denunciavam que alguém vivia ali. Os lençóis amassados no catre, migalhas sobre a mesa, uma cortina de trapos fechando a pequena janela gradeada. Foi quando observou melhor as sombras e viu algo se mexer. Aproximou-se delas, a mão estendida. - Vamos, deixe-me ver seu rosto. Olhos vazios se viraram para ele, semicerrados, porém cravados em seu rosto. Uma mão feita de névoa e noite se estendeu para ele e se colocou sobre a sua. - Tem certeza? - ela perguntou.
Sonhos, sentimentos e texturas.