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Mostrando postagens de agosto 29, 2011

Cinzas

Chove bonito e triste lá fora. E chove também aqui dentro de mim. O vapor do café se enrola nos meus cabelos enquanto tento engolir a situação. Chovem aqui no meu peito gotas castanhas, como mil reflexos dos seus olhos. Gotas de âmbar e mogno que escorrem por dentro das minhas costelas e arrastam consigo meu pouco amor próprio. Minhas mãos tremem. Meus olhos tremem. Meus ossos tremem na sua direção. Minhas palavras também tremem... Minhas preciosas palavras! A única coisa na qual podia me apoiar, esfarela sob meus dedos. E meu coração também se esfarelou. Tal qual pedaço duro de carvão que após a queima, mal resvala e já é cinzas. Nem brasa me restou. Só poeira escurecida e doce, como seus olhos e como a minha tristeza. Tão doces que fazem minha cabeça girar. Já passava da hora de te ver partir.