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Mostrando postagens de junho 8, 2011

Amor adoecido

Ela colocou a escova de cabelos em cima da penteadeira e encarou pela última vez o reflexo louro de olhos azuis, enquanto ouvia ele se aproximar. Guardou os grampos na gaveta, espantou as lágrimas dos olhos com a ponta dos dedos e ficou encarando as próprias mãos, depositadas em cima de suas coxas. Passos pesados, de pés dentro de coturnos militares, vinham ao seu encontro no mesmo ritmo de seu coração lento e descompassado. Ela segurava os soluços como se segurasse sua vida. Mordia o lábio que insistia em tremer, denunciando-a. Os passos pararam às suas costas, mas ela jamais se atreveria a encarar o reflexo do espelho. Ali encontraria os duros olhos azuis de Matthäus, e se pegaria de novo admirando os traços fortes do seu rosto, o modo como seu cabelo loiro era cuidadosamente aparado, as narinas levemente infladas quando ele estava furioso. Ela vestia o presente que ele havia lhe dado, o lindo vestido tomara que caia que tanto pedira, cor azul cobalto. Nunca estivera mais boni