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Mostrando postagens de junho 13, 2011

Domingo de Manhã

Entro no chuveiro e sinto a água escorrer pelo meu corpo. De olhos fechados, passo os dedos pelo meu rosto. A barba crescida arranha e coça, já está pela hora de fazê-la. Abro os olhos e apanho meu pequeno espelho e o barbeador. Num dos cantos do espelho, uma mancha de batom vermelho. O seu batom. Aquilo me tira do sério. Atiro o espelho pra fora do boxe com raiva. Não importa se estilhaçou e está no chão molhado. Era o que eu faria com qualquer outra lembrança sua, mas jamais seria capaz de fazer com você. Olho para minhas mãos, bronzeadas e cheias de sabão. Jamais sonhei que mãos rudes segurariam algo tão frágil, frívolo e mágico como você. E que sua passagem seria tão rápida, como quando apanhamos o sabonete em plena queda e ele escapole pelos dedos, e por mais que tentemos segura-lo, ele continua a cair. No outro quarto, escuto ela cantar. Mas ela não é você. Ela já conhece meu temperamento e não reclama, mas você... você conseguia arrancar o pior e o melhor de mim. As noites