- Pare de tentar me impedir, você jamais será melhor que eu.
Ela, aquela que eu tanto temia, sussurrou no canto escuro do quarto. Quem era ela, afinal, pra se achar tão superior? Era um monstro, um demônio de mil faces, um espírito maligno aterrorizante.
- Saia logo daqui! - gritei. Não era minha intenção, mas o terror atingira minha garganta.
Ela riu. Suspirou. Pigarregou.
- Não posso sair, sua tola. Se ainda não percebeu, somos uma só e jamais deixaremos de ser.
As palavras vinham do canto onde eu deixara... Não, não podia ser.
Lentamente, me aproximei daquela escuridão que cobria uma pequena parcela do quarto... A parte do quarto cujas cortinas de veludo vermelho e pesado escondiam o sol, que ofuscava meus olhos de onde eu estava.
Primeiro, encarei meus pés. Presos em sapatinhos delicados. Depois, vi meu lindo vestido do baile, cuja costureira trabalhara incansavelmente durante noites. Perfeito em cada ponto. Vi minhas clavículas e meu colo pálido, coberto com delicados rubis, meu pescoço roliço... Até encarar meus olhos negros, rodeados pela minha cabeleira cor de chocolate.
O reflexo riu alto. Em desespero, percebi que quem ria... Quem ria era eu!
- Vês! Sou seu monstro de estimação! HAHAAHA!
No segundo seguinte, o espelho jazia quebrado e eu, jogada entre cetins e anáguas. Entre os dedos, um pedaço do vidro cuja superfície só era capaz de refletir, tristemente, uma última lágrima.
Ela, aquela que eu tanto temia, sussurrou no canto escuro do quarto. Quem era ela, afinal, pra se achar tão superior? Era um monstro, um demônio de mil faces, um espírito maligno aterrorizante.
- Saia logo daqui! - gritei. Não era minha intenção, mas o terror atingira minha garganta.
Ela riu. Suspirou. Pigarregou.
- Não posso sair, sua tola. Se ainda não percebeu, somos uma só e jamais deixaremos de ser.
As palavras vinham do canto onde eu deixara... Não, não podia ser.
Lentamente, me aproximei daquela escuridão que cobria uma pequena parcela do quarto... A parte do quarto cujas cortinas de veludo vermelho e pesado escondiam o sol, que ofuscava meus olhos de onde eu estava.
Primeiro, encarei meus pés. Presos em sapatinhos delicados. Depois, vi meu lindo vestido do baile, cuja costureira trabalhara incansavelmente durante noites. Perfeito em cada ponto. Vi minhas clavículas e meu colo pálido, coberto com delicados rubis, meu pescoço roliço... Até encarar meus olhos negros, rodeados pela minha cabeleira cor de chocolate.
O reflexo riu alto. Em desespero, percebi que quem ria... Quem ria era eu!
- Vês! Sou seu monstro de estimação! HAHAAHA!
No segundo seguinte, o espelho jazia quebrado e eu, jogada entre cetins e anáguas. Entre os dedos, um pedaço do vidro cuja superfície só era capaz de refletir, tristemente, uma última lágrima.
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