- Finalmente percebi que estou envelhecendo rápido demais.
Ela estava sentada à beira de um penhasco, abaixo o mar lambia a areia e arrulhava. A grama onde ela estava sentada ainda estava verde e brilhante, úmida do orvalho, e ela embolava as folhas entre os dedos. Atrás dela, havia um grande carvalho vermelho e estava em flor. O vento balançou os galhos fazendo com que flores e bolotas caíssem em seus cabelos.
- Flores? Já é maio, não é mesmo, carvalho? Nem mesmo estava reparando no passar dos meses. Ela levantou-se, calçou os sapatos e se despediu da antiga árvore, acariciando sua casca.
- Carvalho, já está na hora de ir. Obrigada por me ouvir... - ela sorriu, pensando no quão idiota parecia todas as vezes que vinha falar com uma árvore. - Até mais.
Ela foi se afastando, os cabelos voando com a brisa. O cheiro de água salgada nem a incomodava mais, e todos os dias ela voltava pra casa cheirando a mar. Quando entrava em sua pequena cabana, tirava as sandálias e voltava a trabalhar como costureira, as mãos pequeninas e delicadas moldando pedaços de pano com destreza.
Algumas horas depois, seu marido chegava bêbado, gritava com ela e depois caía no sofá num sono profundo. Ela simplesmente suspirava e pensava, "Graças a Deus não tenho crianças para que ele as amedronte"; e voltava a trabalhar até altas horas da noite. Depois de terminadas as peças que tinha de entregar no dia seguinte, ela caía exausta sobre a máquina de costura e cochilava, sonhando que seus dedos ainda se moviam com agulha e linha.
De manhã, as peças sempre estavam delicadamente úmidas.
Ela estava sentada à beira de um penhasco, abaixo o mar lambia a areia e arrulhava. A grama onde ela estava sentada ainda estava verde e brilhante, úmida do orvalho, e ela embolava as folhas entre os dedos. Atrás dela, havia um grande carvalho vermelho e estava em flor. O vento balançou os galhos fazendo com que flores e bolotas caíssem em seus cabelos.
- Flores? Já é maio, não é mesmo, carvalho? Nem mesmo estava reparando no passar dos meses. Ela levantou-se, calçou os sapatos e se despediu da antiga árvore, acariciando sua casca.
- Carvalho, já está na hora de ir. Obrigada por me ouvir... - ela sorriu, pensando no quão idiota parecia todas as vezes que vinha falar com uma árvore. - Até mais.
Ela foi se afastando, os cabelos voando com a brisa. O cheiro de água salgada nem a incomodava mais, e todos os dias ela voltava pra casa cheirando a mar. Quando entrava em sua pequena cabana, tirava as sandálias e voltava a trabalhar como costureira, as mãos pequeninas e delicadas moldando pedaços de pano com destreza.
Algumas horas depois, seu marido chegava bêbado, gritava com ela e depois caía no sofá num sono profundo. Ela simplesmente suspirava e pensava, "Graças a Deus não tenho crianças para que ele as amedronte"; e voltava a trabalhar até altas horas da noite. Depois de terminadas as peças que tinha de entregar no dia seguinte, ela caía exausta sobre a máquina de costura e cochilava, sonhando que seus dedos ainda se moviam com agulha e linha.
De manhã, as peças sempre estavam delicadamente úmidas.
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